quarta-feira, 30 de abril de 2008

Manifesto pela Revolução Reinista

Sobre as Escrituras

1 – Declaramos a supremacia e a suficiência das Escrituras Sagradas sobre quaisquer tradições, visões, sonhos ou novas revelações que possam surgir (Mc.13:31; Gál.1:8).

2 – Cremos que a Bíblia é a Palavra autorizada de Deus e que contém toda a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, quer trazidas por anjos, profetas ou quaisquer pessoas (2 Tm.3:16; ; 1 Co.15:1; 1 Tess.2:13).

3 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias, estratégias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus (Hb 1:1-2).

4 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando à manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus (2 Pe 1:20; 2 Co.1:24).

5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam (Rm 12:7; 2 Tm 2:2,15).

6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, o supremo mandamento do amor, e etc. (At 2:42; 20:27).

7 – Que se devem tomar cuidados redobrados para que não se use qualquer texto da Bíblia sem considerar o contexto social, cultural, pactual e espiritual em que fora escrito. Por isso, os pregadores deveriam optar por pregar mais mensagens expositivas, em vez de temáticas ou tópicas, onde, geralmente, se usam versículos bíblicos pinçados de seus contextos. Tal prática tem originado muitas das aberrações doutrinárias de nossos dias (2 Pe.3:15-16).

8 – Que a chave hermenêutica (interpretativa) das Escrituras é Jesus Cristo; é impossível compreender a Palavra, senão através d’Aquele que é a própria Palavra encarnada. É a partir d’Ele, que tudo faz sentido (Jo.1:14).

9 – Rejeitamos como supersticiosa a prática de buscar uma palavra específica de Deus abrindo a Bíblia aleatoriamente. Ainda que eventualmente Deus possa usar de tal artifício, ele não deve ser cultivado como hábito, substituindo a leitura e o exame sistemático das Escrituras. Convém lembrar que o Diabo usou um verso bíblico pinçado de seu contexto para tentar Jesus no deserto (Mt.4:6).

Sobre a Graça

10 – Reconhecemos a suficiência da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e bênçãos de Deus (Ef 2:8-9).

11 – Reconhecemos também a suficiência da graça em todos os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para merecermos a atenção de Deus (Rm 3:23; 2 Co. 12:9).

12 - Que as boas obras devem ser feitas pela motivação correta; não para alcançar méritos perante Deus ou por vanglória, mas em gratidão a Deus e para a Sua glória. Elas não constituem a causa de nossa salvação, e sim a conseqüência natural dela. Isto é, não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras (Mt.5:16; Mt.6:1-2; Rm.11:6; Ef.2:8-10; Cl.3:17; Tt.1:16; 3:5-8; Hb.6:10; Tg.2:14; 1 Pe.2:12; 4:11).

13 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós (Rm 8:1; Gl.3:13).

14 - Reputamos por danosa a prática de confessar pecados cometidos antes da conversão, às vezes acompanhada de um tipo de regressão. Se somos novas criaturas, qualquer coisa que tenhamos feito antes de nos convertermos, foi lançada por Deus no mar do esquecimento. Portanto, esqueçamos das coisas que pra trás ficam e avançamos para as que estão diante de nós (Is.43:18; Jr.31:34; 2 Co.5:17; Fp.3:13).

15 – Rejeitamos a doutrina de maldição hereditária, por não condizer com a boa-nova de Cristo e a Nova Aliança (Jr.31:29-30; Ez.18:2-4).

Sobre Tradições, Usos e Costumes

16 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria, equilíbrio e bom senso (Rm 14:22).

17 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo ao mundo (Mt 5:16).

18 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que para isso, nos disponhamos a priorizar as missões como uma atribuição de todo cristão (Mt 28:18-20).

19 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado (Lc 11:46).

20 - Que tradições sejam respeitadas, mas jamais colocadas acima da verdade eterna da Palavra. As tradições mudam com tempo, e algumas até desaparecem, mas a verdade de Deus é imutável (Col.2:8,16-23).

21 - Que jamais se confunda tradição, usos e costumes com a sã doutrina. Tradições tendem a aprisionar, a sã doutrina liberta (Mc.7:7-9).

Sobre oração e jejum

22 - Que a oração seja entendida como iniciativa de Deus, que, pelo Seu Espírito, leva o homem a desejar e pedir aquilo que já lhe foi ordenado pela Providência Divina. Afinal, se Ele já fez provisão de tudo, não há lugar pra improvisos. O ciclo da oração (anseio, pedido e resposta) resulta em ação de graças (Rm.8:26-28; 1 Co.2:9-10,12,16; Fp.4:6; Cl.2:7).

23 - Que o Nome de Jesus não deve ser usado como uma expressão mágica, para que alcancemos nossos desejos, e sim, como meio de sermos recebidos e atendidos pelo Pai, fiados na justiça e santidade do Seu Filho, e admitindo nossa total ausência de méritos (At.3:16; 4:12; Jo.14:13-14).

24 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “decretar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. Nossa relação com Deus é filial, e não sindical (1 Jo.5:14; Lc 22:42).

25 - Que Deus ouve todas as nossas orações, mas somente atende àquelas que estiverem de acordo com a Sua perfeita vontade (1 Jo.5:14).

26 - Que a oração não é apenas um amontoado de pedidos, mas também um instrumento de comunhão com Deus, através do qual buscamos entender e nos submeter à Sua vontade, manifestamos nossa gratidão por tudo o que temos recebido, e denunciamos as injustiças que nos rodeiam (Ef.5:20; Fp.4:6; Cl.4:2).

27 - Que o jejum não deve ser usado como moeda de troca, ou meio de pressionar Deus a atender nossos pedidos.

28 - O jejum aprazível a Deus é que repartamos nosso pão com o que nada tem, e não que apenas nos abstenhamos dele até determinada hora (Is.58:5-7).

29 - Que o jejum, como praticado pelos judeus, expressava contrição, tristeza e arrependimento, jamais sendo usado para manipular a vontade de Deus, ou reforçar a vida espiritual. O que nos faz aceitáveis perante Deus não é o fato de estarmos de estômago vazio ou cheio, mas o sacrifício de Jesus na Cruz (Mt.9:14-15; 1 Co.8:8).

30 - Que a abstinência de alimento não tem qualquer valor contra os apetites carnais, ainda que valha como disciplina, como exercício de domínio próprio. Por isso, quem jejua não deve julgar quem não jejua, e quem não jejua não deve julgar a motivação de quem jejua (Cl.2:20-23).

Sobre o Reino

31 - Que o reino de Deus é uma realidade atual, estabelecido na terra através do primeiro advento de Cristo, e que se encontra em expansão pela agência da igreja, a quem cabe proclamá-lo, discipulando as nações no cumprimento da Grande Comissão (Mt.28:19-20; Cl.1:13; Hb.12:28; Lc.17:20-21; Mt.13:31-33).

32 – Que o domínio de Cristo abrange todas as esferas: cultura, ciência, política, economia, educação, esportes, e etc. (Mt.28:18; 1 Co.15:27).

33 – Que os santos devem reinar com Cristo em vida, isto é, já na presente Era, e que, para isso, devem viver e ensinar os princípios do reino contidos nas Escrituras que regem cada esfera da vida (Dn.7:18,27; Rm.5;17; Hb.12;28; Ap.3:11).

34 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes das igrejas, nem é monopólio de qualquer religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades (At 7:48-49).

35 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, resultando no avanço do Reino de Deus sobre a terra (Mt 16:18).

Sobre Política

36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado, e por isso, lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder temporal. Lembrando que, conquanto o Reino de Deus não seja deste mundo, é para este mundo, mas não será implantado por coação, mas pela proclamação e implantação consciente de seus princípios em cada área da vida humana (Jo.18:36).

37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho (Gl.1:10).

38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho (Ez.13:19).

39 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz do povo de Deus. Nós somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes (Mt.22:21).

40 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos (Sl.144:15).

41 – Repudiamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos (Ex.20:7).

42 - Qualquer cristão tem o direito de candidatar-se a um cargo político, mas jamais deve pretender ser representante dos interesses da igreja, e sim dos interesses populares, ainda que eventualmente tenha que defender valores cristãos no exercício de sua função. O advogado da igreja é Cristo. Defender a causa dos fracos, pobres e oprimidos, é praticar a justiça do Reino de Deus (Sl.82:2-3; Isaías 10:1-4).

43 – Como cristãos, devemos submeter-nos às autoridades constituídas, desde que para isso, nossa consciência e nosso compromisso com a Fé não sejam violados (Rm.13:1-7; 1 Pe.2:13-17; At.4:19).

Sobre o Império das Trevas

44 – Cremos que o mundo que jaz no maligno não é o planeta Terra, mas o sistema construído sobre a injustiça, não significando, portanto, que Satanás exerça qualquer domínio sobre nosso planeta, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam” (1 Jo. 5:19; Sl. 24:1).

45 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como golpe final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. Portanto, Satanás foi deposto, e já não é mais príncipe deste mundo, mas tão-somente príncipe das potestades do ar (Cl. 2:15; 1 Co. 15:20-26).

46 – Acreditamos que quando alguém é liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, através do conhecimento da verdade, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo (Cl 1.13; Jo 8.32,36).

47 - Cremos que a conversão, a libertação, e a regeneração são atos instantâneos operados pelo Espírito Santo naqueles que crêem, enquanto que, a santificação é gradual, sendo processada através da renovação do entendimento, pela atuação do Espírito em conjunto com o ensino da Palavra. Ao converter-se, o homem torna-se posicionalmente santo, porém, seu viver diário deverá ser santificado na medida em que for exposto à obra do Espírito (Rm.12:2; Hb.10:14; Tg.1:21; Jo.15:3).

48 – Cremos na existência do diabo, tanto como entidade espiritual, quanto como um arquétipo do mal, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde foi definitivamente vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” demônios, até porque Jesus, o mais Valente, já os amarrou. Repudiamos a crença maniqueísta predominante em muitos círculos evangélicos, que encara a realidade como cenário de uma guerra entre os poderes do bem e do mal. Satanás jamais representou qualquer ameaça à soberania de Deus (1 Co. 15:57; Mt. 18:20).

49 - Abominamos a prática de invocação de demônios, como se isso fosse necessário para que tais entidades fossem expulsas. Jesus jamais sancionou tal prática, e é claramente condenada pelas Escrituras. Não temos que mandar que um espírito maligno se manifeste, mas apenas expulsá-lo, caso haja se manifestado (Êx.23:13).

50 - Repudiamos a prática de orações dirigidas a Deus e aos demônios ao mesmo tempo. Jesus só se dirigia a uma entidade demoníaca, quando se deparava com alguém possesso. Jamais Ele ou Seus apóstolos fizeram orações dirigidas a demônios. Tal prática atribui onipresença a Satanás, pois se acredita que ele possa ouvir nossas palavras em qualquer lugar.

51 - Nos recusamos a acreditar que toda doença deva ser atribuída ao Diabo. Há doenças que têm origem espiritual, como também há outras que têm origem emocional e orgânica (1 Tm.5:23).

52 - Cremos que Satanás e suas hordas encontram-se derrotados, e amarrados, no sentido de não poderem coibir o avanço do Evangelho às nações do mundo (Is.49:24-25; Mt.12:28-29; Lc.11:20-22; Cl.1:13; 2:15; Hb.2:14; 2 Pe.2:4; Jd.6; Ap.20:1-3).

53 – Que tanto a feitiçaria quanto a inveja são obras da carne, não possuindo qualquer poder místico. Portanto, não é tarefa da igreja “desmanchar macumba”, ou orar pra “desfazer obras de inveja”. Tal prática só alimenta a superstição (Gl.5:20-21).

Sobre o Espírito Santo e Seus Dons

54 - Que todo cristão verdadeiramente nascido de Deus é habitação do Espírito Santo, tendo sido por Ele selado no momento em que creu e recebeu a oferta da salvação. O selo do Espírito torna-o inviolável, e, portanto, livre de uma vez por todas, dos espíritos malignos que nele poderiam atuar. Além disso, o selo garante que a “carta” chegará segura ao seu destino final (Rm.8:9; 1 Co.12:13; Ef.1:13; 2 Co.3:3; 6:16; 1 Jo.5:18).

55 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, “reteté” e etc., pois além de não possuírem qualquer respaldo bíblico ainda expõem as pessoas à situações degradantes e constrangedoras (2 Tm.4:1-4).

56 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções” complementares (1 Jo. 2:20,27).

57 – Cremos que cabe ao crente encher-se do Espírito Santo continuamente, e o ideal é que tal experiência se dê de forma coletiva, e não individual ou isolada. Encher-se do Espírito não é ter mais d’Ele, e sim, dar-se em maior medida a Ele, expondo e submetendo cada área da vida à Sua bendita influência. Na Nova Aliança, não é possível receber alguma porção extra do Espírito, pois em Cristo recebemos a plenitude (Hb.10:25; Ef.3:17-18; 5:18-19; At.2:1-2; 4:31; Cl.2:10; Jo.1;16; 3:34).

58 - Rejeitamos a idéia de que o crente deve esboçar uma sede insaciável pelo Espírito, uma vez que Cristo garantiu que aquele que beber d’Ele, nunca mais voltará a ter sede (Jo.4:14; 7:37-38).
59 - Cremos na contemporaneidade dos dons espirituais, que visam promover a edificação da igreja, e não a promoção pessoal de quem quer que seja, sendo distribuídos de acordo com a vontade de Deus. Se os dons houvessem cessado, como defendem alguns, então a ciência teria passado (1 Co.12:4-11; 13:8-10).

60 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações (Hb.13:8; 1 Co.12:1)

Sobre o sofrimento e a prosperidade

61 – Declaramos que mesmo os cristãos, estão sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à família e finanças, não significando que isso seja por falta de fé ou por pecado, ou mesmo por atuação demoníaca (Jo.16:33; 1 Tm.5:23; Ec.9:2).

62 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida do cristão, mas que isso não é uma regra, e que ela não deve servir de aferidor de espiritualidade. A prosperidade que Deus concede a alguém vem acompanhada de responsabilidade social (Fp. 4:10-12; 1 Tm.6:17-18).

63 - Que a igreja não deve estimular a cobiça dos crentes, mas ensiná-los a contentar-se com tudo o que Deus lhes provê, seja muito ou pouco. Que o “ser” tenha sempre primazia sobre o “ter” (1 Tm.6:6-10).

64 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.”, e por isso, “não havia entre eles necessitado algum”. Tal é a justiça do reino, que uma vez buscada e praticada, faz com que todas as nossas necessidades sejam supridas (At.4:32, 34; Mt.6:33).

Sobre a Restauração de toda a Criação

65 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus, quando será plenamente restaurada (Rm 8:19-23).

66 – Que a igreja deve voltar-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome e me destes de comer...” (Mt 25:31-46; Tg 2:14-18)

67 - Que Igreja abrace a questão do meio-ambiente, entendendo que a atual criação está grávida de um novo céu e uma nova terra, e que muitos dos cataclismos naturais que acontecem, são as contrações e gemidos de uma natureza maltratada pelo homem (Rm.8:22).

68 - Que a criação atual não é um rascunho, mas a obra-prima de um Deus que não pode ser superado. A avaliação que Ele fez de Sua obra foi “muito bom”. O problema de nosso universo é o pecado, que uma vez banido, permitirá que a criação volte ao seu estado original. Novo Céu e Nova Terra nada mais são que esta criação regenerada, assim como “nova criatura” nada mais é do que alguém que fora regenerado (Gn.1:31; 1 Tm.4:4; Cl.1:16).

69 - Declaramos que a proposta do Evangelho não é a fuga da realidade, ou qualquer tipo de escapismo ou alienação; mas é que o homem busque na Palavra de Deus, a solução para os seus problemas atuais, encarando-os, solucionando-os na força do Espírito Santo (Um exemplo da atuação da Igreja na solução de problemas cotidianos está em Atos 6:1-3; Gl.2:10; 2 Co.8; Jo. 17:15).

70 – Entendemos que o destino da Igreja é reinar e viver sobre a Terra, ao mesmo tempo em que desfrutará do Céu. Isso porque em Cristo convergiu tudo o que há no céu e na terra, já não havendo a separação provocada pelo pecado. Os mundos visível e invisível se tornaram as duas faces de uma mesma realidade recriada em Cristo (Mt.6:10; Ef.1:9-10; Col.1:16-20; Ap.21:1-2).

71 - Que em Cristo, Céus e Terra unem-se novamente, e que, por isso, já não há separação entre a realidade espiritual e a material. Em Cristo, o invisível se fez visível, o espírito se fez carne, e o céu desceu até nós. Através d’Ele, já adentramos os portões celestes, para ali habitarmos para sempre. Ao término da história, quando se inaugurar o Estado Eterno, o que nos é invisível hoje, manifestar-se-á plenamente, e Cristo será tudo em todos (Ef.1:9-10; Cl.1:16-20; Hb.12:22).

72 – Cremos no progresso do Evangelho, no cumprimento da Grande Comissão que culminará na conversão de todas nações, provocando no mundo as condições de justiça e paz, que devem caracterizar a idade áurea do Milênio que precederá o Retorno de Cristo a Terra (Sl.22:27-31; 72:11,17,19; Is.11:9; 40:5; 45:23; Dn.2:35,44-45; At.3:21; Rm.16:26; 1 Co.15:24-25).

73 - Que a Igreja é a Nova Jerusalém, tipificada em Apocalipse, a Esposa do Cordeiro, a Sociedade criada por Deus para servir de paradigma às nações (Ap.21:2,9-10; Mt.5:4).

74 - Que Deus possui apenas um povo na Terra: a Igreja. E que este povo é a continuidade do Israel do Antigo Testamento. Portanto, negamos que Deus tenha algum propósito particular com o estado de Israel, ou com o povo judeu, por entendermos que os verdadeiros descendentes de Abraão somos nós, e não os que descendem dele segundo a carne. Sendo assim, todas as promessas contidas no Velho Testamento consoantes a Israel, tem seu cumprimento na Igreja, salvo aquelas que se cumpriram antes do primeiro advento de Cristo (Mt.21:43; 1 Pe.2:9-10; Ex.19:5-6; Rm.2:28-29; 9:8,25-26; 10:12; 11:7; Gl.3:7, 28-29; 4:25-26; 6:15-16; Ef.2:11-14).

75 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de ser o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional (Jo.3:16).

Sobre a Liturgia e Louvores

76 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus, pois afinal, nossa riqueza cultural também deve ser introduzida na Cidade de Deus (1 Co 7:20; Is.60:11; Ap.21:24-26).

77 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais, tais como ternos e gravatas. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens (1 Co. 9:19-23).

78 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO (Sl. 100).

79 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, frevo, samba, etc.(Sl. 150).

80 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU), mais em Sua glória do que em nossas necessidades (Jo.3:30).

81 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão ao lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso (2 Co.3:17).

82 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo (Rm.12:1-2).

83 – É necessária uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja (Ct.1:1).

84 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repudiamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais (Sl.150).

85 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. Hinos espirituais não têm nada a ver com mantras “gospel” (Rm.12:1-2; 1 Co.14:15).

86 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc. Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido (1 Pe.2:9).

87 – Que os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós (Rm.12:3-5).

88 - Que jamais se atribua ao ministério de louvor a missão de conduzir-nos à presença de Deus. É Cristo, nosso Sumo-sacerdote, que com Seu sangue, nos introduziu de uma vez por todas ao Santo dos Santos, à presença imediata do Pai (Hb.10:19-22).

89 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento” (1 Co.14:15).

90 - Que não se atribua às canções espontâneas uma inspiração divina tal qual se atribui às Escrituras, a ponto de não se poder fazer qualquer alteração posterior em sua letra ou melodia. Isso tem empobrecido a poesia dos louvores contemporâneos (1 Pe.4:11; Sl.77:6).

91 - Que os compositores cristãos se apliquem mais, deixando de lado os temas massificados, e buscando temas poucos explorados, tanto extraídos das Escrituras, quanto da realidade que nos circunda, pois a Terra está cheia do Seu constante amor (Sl.40:3; 96:1; 119:54; Sl.33:5).

92 - Que os músicos se dediquem a aprimorar seu dom, para que ofereçam a Deus um culto digno e excelente (Sl.33:3; Fp.1:10).

93 - Que nossas músicas sejam tanto para adoração, quanto para propagação do Evangelho, e dos princípios e valores do Reino de Deus.

94 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem respaldo bíblico, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas (Mt.7:22-23).

95 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo do novo (Tg.1:27).

96 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc. é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus ao longo dos séculos (Hb.12:1-2).

97 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós (Hb. 11; 12:1-2).

98 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus (Jo.3:30).

99 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. Portanto, rejeitamos qualquer manifestação bizarra, que imite sons e gestos animalescos, atribuindo-os ao Espírito Santo. O culto que prestamos a Deus deve ser racional (Lc.10:3; Rm.8:36; 12:1).

100 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para apresentação de cantores e “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho (Mt.10:8).

101 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente talentosa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico (Mc.11:15-17).

102 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé (1 Pe.5:2).

103 – Que as “Marchas para Jesus” e outros eventos do gênero sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos como demonstração de capital político, com o fim de barganhar com os poderes constituídos (1 Co.10:31).

104 - Que cesse o culto que se presta aos anjos, atribuindo-lhes funções que eles não têm, tais como, curas, trazer resposta às orações, profecias, incorporações, exorcismos e etc.(Cl.2:18).

105 – Que a cruz de Cristo seja o centro de nossa pregação, e o Seu trono seja o centro de nossa adoração! Afinal, quem está no trono é o Cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos (1 Co. 2:2; Ap.5:6; 7:17)

Sobre Ministérios e Denominações

106 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)

107 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “catedrais” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At. 7:48-50)

108 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido com a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade (At.2:47; 1 Co.3:6).

109 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo número de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. Crescimento sadio é constante. Tais “moveres” promovem “inchações” passageiras (Gl 6.3).

110 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas (At. 17:11).

111 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido” para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas (Ez.34:2; 1 Cr.16:22).

112 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do Cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará (Jo.10:28-29).

113 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para que haja cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas (Is.42:8; At.10:25-26).

114 - Afirmamos o sacerdócio universal dos salvos. Todos os crentes, indistintamente, possuem igual acesso à presença de Deus, e devem ser considerados Seus ministros perante os homens, para proclamar as verdades eternas, quer pela pregação ou pelo testemunho pessoal. Não distinguimos leigos de sacerdotes, porém, admitimos haver diferentes graus de ministério e de autoridade, de acordo com a função exercida no Corpo (Ap.1:6; I Pe.2:5; II Co.3:6; 5:19-20; Ef.4:11-12; I Co.12:28; I Tm.5:17; Gl.6:6).

115 – Reafirmamos que o véu que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. Todo cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. O véu foi rasgado quando Cristo consumou Sua obra na cruz, e foi definitivamente removido, quando Cristo veio em Juízo sobre Jerusalém, no ano 70 d.C., com a Queda de seu templo (Hb.4:16; 2 Tm.2:15; Hb.9:8).

116 – Rechaçamos o uso de títulos como paipóstolo, ou qualquer outro que vise tão-somente a promoção do homem, em detrimento da glória devida exclusivamente a Deus. Reconhecemos os termos apóstolo, profeta, evangelista como dons ministeriais, e não como títulos pelos quais líderes devam ser chamados (Mt.23:5-11).

117 - Que os líderes arrependam-se de utilizarem argumentos fúteis para justificarem vidas de luxúria, que mais se identificam com estilo de vida de astros de Hollywood, do que com a simplicidade encontrada em Cristo. Prosperidade financeira não deve servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. O sucesso de um ministério só pode ser medido por Deus, e o critério por Ele usado tem mais a ver com o número de ação de graças que chegam ao Seu trono por um ministério, do que com a prosperidade material que tenha alcançado (Mt.8:20; 2 Co.1:11; 9:11-15; Mt.5:16).

118 – Não reconhecemos a autoridade de líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto (Mc.13:32; At.1:7).

119 – Rejeitamos a doutrina de cobertura espiritual apregoada em nossos dias. A única cobertura de que precisamos é a do sangue do Cordeiro. Os líderes devem oferecer cuidados pastorais, jamais abusando da autoridade que têm para exercer domínio sobre as ovelhas de Cristo (1 Pe.5:2-3).

120 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus (1 Tm.3:1; Rm.12:7).

121 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo (1 Tm. 3:6).

122 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc.(Lc.18:16; 1 Tm.3:6).

Sobre literatura

123 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq. 3.11; Gl. 1.8-9)

124 - Que os crentes saibam discernir entre uma boa literatura cristã, e ficção travestida de doutrina, como a série “Deixados pra trás”, que tantos danos e modismos têm disseminado no arraial evangélico.

Sobre alguns modismos doutrinários

125 – Cremos que declarações mágicas como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabili-dades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho (Tg.2:15-16).

126 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos da teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas (Pv.14:23; Gl.1:6-7).

127 - O poder que há em nossas palavras limita-se ao campo emocional e subjetivo, capaz de magoar, incentivar, destruir ou edificar vidas. Mas não há qualquer poder místico, capaz de modificar a realidade de maneira objetiva (Pv.18:19-21).

128 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “terra do monte”, “rosa ungida” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista, fetichista, e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus (Hb.11:1).

129 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como barganha com o objetivo de obtenção de bênçãos de Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co.9:7).
Sobre Fé e Ciência

130 - Que os teólogos de plantão deixem de atacar a ciência, mas a vejam como parceira na busca pela compreensão das leis que regem o Universo criado por Deus. Que busquemos pontes entre os dois saberes, teológico e científico, em vez de nos entrincheiramos, atacando-nos mutuamente. Toda a verdade provém de Deus, não importa por qual canal venha.

131 - Que Ciência e Fé trabalhem em conjunto, pois são complementares. A Ciência se preocupa em responder “quando” e “como”, enquanto a Fé se preocupa em responder “quem” e “por quê”.

132 – Apoiamos o avanço científico, desde que não se fira os valores éticos, tão caros à humanidade.

Sobre diversos

133 - Que as igrejas estejam abertas a receber pessoas de quaisquer seguimentos da sociedade, sem preconceito, sem estigmatizá-las, mas dando-lhes a liberdade de cultuarem a Deus, e serem expostos à verdade de Sua Palavra.

134 - Que não haja mais hierarquia de pecado, como seu houvesse pecados mais ou menos graves. O que a Bíblia chama de “pecado para morte” nada mais é do que pecado sem arrependimento. A mesma Bíblia que condena práticas homossexuais e o adultério, por exemplo, também condena a ganância, a avareza, a mentira e etc. Vivemos todos sob a égide da graça, e dela dependemos.

135 - Que aprendamos a respeitar todas as tradições religiosas, e ainda que não haja possibilidade de “comunhão” de idéias, possamos lutar por uma co-existência pacífica e harmoniosa.

136 – Que as artes sejam incentivadas e apreciadas entre aqueles que servem ao Supremo Artista. Não há arte profana. Toda arte é inspirada nas obras de Deus (Êx.35:30-35).

137 - Que as almas dos salvos, após a morte, deixam o tempo, e são remetidas diretamente à presença imediata de Cristo, e ao último dia, sem intervalo, nem estado intermediário, recebendo corpos incorruptíveis (Lc.19:31; 2 Co.5:2-4,8; 12;4; Ap.6:9-11; Is.40:10; Mt.5:12; 6:1; 10:42; 1 Co.3:8; Ap.11:18; 22:12; Fp.1:23b; 3:21; Rm. 8:23).

138 - Que a igreja cumpra seu papel profético com isenção, denunciando as más obras, sem condenar aqueles que as praticam, mas advertindo-os quanto ao juízo iminente de Deus (Ef.5:11).

139 – Sola Scriptura / Só as Escrituras – Só as Escrituras são a base de nossa fé, sem a necessidade de qualquer revelação adicional (Jo.14:21; 17:17).

140 – Sola Gratia / Só a Graça – Somente pela Graça o homem é salvo de sua alienação de Deus (Ef.2:8-9).

141 – Sola Fide / Só a Fé – Somente mediante a fé o homem pode herdar as promessas de Deus (Rm.1:17).

142 – Sola Christus / Somente Cristo – Somente por Cristo o homem tem acesso ao Pai. A salvação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo (At.17:28).

143 – Soli Deo Gloria / Glória somente a Deus – Toda a glória deve ser atribuída unicamente a Deus, por cuja iniciativa existimos e fomos salvos (Jd.24-25).

144 – Christus Victor / Cristo Vencedor – Cremos na vitória de Cristo e de Sua Igreja durante o transcorrer da História, culminando no cumprimento da Grande Comissão, e na conversão das nações (Sl.22:27; Ap.6:2; 15:4).